Arte conceitual

Arte Conceitual

 A Arte Conceitual é, no Brasil, um campo de expressão artística muito pouco compreendido. Por culpa de muitos artistas, jornalistas e críticos de arte que tem tratado a ideia de arte conceitual como se esta fosse a única forma de Arte contemporânea, vários grupos de artistas ligados a outros tipos de expressão tem sentido que a Arte Conceitual é uma área fechada, somente acessível a poucos eleitos. A realidade não se mostra assim.
A arte conceitual nada mais é do que uma das inúmeras formas de expressão artísticas possíveis para o desenvolvimento de um trabalho pelo artista plástico.
Intervenção urbana de José Rezende no Projeto Arte Cidade, São Paulo



As discussões que levaram ao surgimento da Arte Conceitual são muito antigas. Começam no trabalho de Marcel Duchamp e continuaram através da primeira metade do século XX. Na década de 60 através das idéias veiculadas pelo grupo Fluxus a Arte Conceitual torna-se um fenômeno mundial. No Brasil artistas como Artur Barrio, Baravelli, Carlos Fajardo, Cildo Meirelles, José Rezende, Mira Schendel, Tunga e Waltércio Caldas começam a desenvolver um trabalho nessa forma de expressão.

Para esclarecer um pouco mais a situação precisamos antes entender o que o termo Arte Conceitual significa.
Segundo Atkins, o termo Arte Conceitual se popularizou em 1967 depois que a revista americana Art Forum publicou o texto do artista minimalista Sol LeWitt intitulado “Parágrafos sobre a Arte Conceitual”. Nesse artigo o artista organiza as reflexões já existentes na área sobre uma arte que se desenvolve somente no campo das idéias, abandonando um pouco a materialidade da obra de arte.

Nessa forma de expressão artística as idéias, reflexões e pensamentos do artista seriam mais importantes do que o objeto de arte em si. Como exemplo podemos dizer que na Arte Conceitual uma tela completamente coberta de tinta vermelha pode não ser mais entendida como uma pintura de cor única mas sim como um suporte das reflexões do artista: para ele talvez pintar a tela vermelha seja uma forma de refletir sobre a angústia e a violência no mundo.

Através desse exemplo podemos entender que a obra de arte conceitual exibida em uma exposição nada mais é do que um documento, um relato das reflexões do artista. Esse documento não usa a linguagem escrita, usa apenas a linguagem visual própria do artista plástico. Ao observador cabe tentar entender ou não essa reflexões.


 
Letras, obra de Mira Schendel e instalação de Cildo Meirelles
denominada Desvio para o Vermelho



Ponta Cabeça, instalação de Tunga, 1994/97


É interessante notar que na Arte Conceitual o público é obrigado a deixar de ser apenas um observador passivo pois o entendimento da obra de arte não é mais direto. O público também é obrigado a refletir e sair da confortável situação de saber, por antecipação, avaliar se uma obra de arte é “ruim” ou “boa”. Não é mais Possível ir a uma exposição e dizer “essa paisagem está bem composta, a pintura é de qualidade”.

Questões clássicas das artes plásticas como a composição, estudo de cor e a uso da luz podem não ter sentido nenhum na arte conceitual.
Bem, se o público é chamado a ter o trabalho de pensar sobre a obra de arte para aceita-la e entende-la, o trabalho do artista também não é menos difícil.



Atualmente os artistas conceituais produzem através de várias formas de expressão artísticas: video arte, fotografia, instalação, performance, internet art e Land Art. Cada uma dessas formas de expressão leva o artista a novos desafios e muitas vezes a uma volta para as formas de expressão tradicionais das artes, como a pintura, a gravura e a escultura. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário